" Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem,nem da sorte,nem do dinheiro,que ela possa vir com toda simplicidade,de dentro para fora,de cada um para todos."             
   Carlos Drummond de Andrade




 Em 23 de julho de 2015, perdi parte de tudo o que sou, a tempestade tomou de conta do meu ser. Sorrir não era mais um ato simples, era sem cor e gosto. Tentar mascarar à felicidade, fingir sentimentos, pensei que não poderia sentir a simplicidade de uma risada por besteira, tudo era sem graça. Então resolvi que queria ver o sol novamente e que aquela tempestade teria que passar, foi quando resolvi ficar grávida , depois da perda de Alice seria um risco muito grande, ficar grávida após uma cesariana recente, geralmente recomenda - se no mínimo um ano para ficar grávida sem risco, mas a vontade de ver o sol era maior do quer qualquer coisa, qualquer risco. Então dia 21 de setembro de 2015 o positivo veio sem pressão, sem ansiedade, sem culpa…. Estou grávida! Meu Deus, e agora? Desesperar ou ir em frente com coragem? Ir em frente com coragem foi a minha escolha. Primeira consulta o médico disse: então, vou contar sobre os riscos, nem esperei ele terminar e disse: conheço os riscos, estou interessada na minha felicidade, isso é o que preciso para continuar a viver, fiz exatamente 18 consultas de pré-natal e 9 ultrassons, muito acima do que realmente precisa, fui classificada como gravidez de alto risco, mas sabia que a minha vitória estava próxima. Foram 37 semanas de cuidados, trabalhei, fui mãe, esposa, irmã, continuei com uma vida aparentemente normal. Então dia 8 de junho às 20:30 chegava meu segundo sol, Benício veio ao mundo em choro alto, quebrando todo silêncio do parto de minha princesa Alice. A experiência daquele momento é indescritível, sem comparação, retomei o fôlego da vida, só quem sabe a dor de perder um filho, entenderá o que estou falando, à vida voltou a minha casa, à felicidade tem um novo tom, o tom do amor, o tom de azul.