O luto não é uma temática exclusiva da contemporaneidade. É uma questão que atravessa toda história, devido ao homem ser o único ser consciente de sua finitude. Contudo, a forma de como é vivenciada a morte de um filho e o luto que se segue é subjetiva, independentemente de crenças ou conhecimento, pois gera muita ansiedade e temor. 

É importante que os pais possam conversar, dividir com alguém os sentimentos que podem surgir, como a raiva, tristeza, o desânimo, a saudade. É importante também que se permitam vivenciar todos esses sentimentos e saibam que o processo de luto leva algum tempo para ser elaborado. É muito difícil conviver com isso sozinhos, a companhia de pessoas próximas efetivamente é muito importante, para a reestruturação. 
A morte é uma questão fundamental com a qual vamos nos deparar, considera-se o fim, sendo um evento biológico que encerra a vida. Em sua essência, o ser humano acredita que foi criado para viver sempre, eternamente. Penetrando na realidade humana, a morte não cabe aqui como significado de endossar o propósito da criação, sendo completamente estranha. A morte provém do erro, da desobediência e da fraqueza humana. Aceitá-la é aceitar a condição de seres desobedientes, fracos, e, com isso avaliar, julgar o erro humano. Nisso reside a compreensão humana para aceitá-la como fato, o que equivale a assumir a condição humana de fragilidade (Freitas, 2000). 

A perda de uma pessoa com a qual se mantém vínculos afetivos, como um filho, é uma experiência dolorosa que fere, machuca e expõe o ser humano à própria impotência. Desde o momento da concepção até a morte, a dor é um amadurecimento pessoal (FREITAS, 2000 p. 47). 

Quando se perde um filho, perdem-se muitas perspectivas de futuro, pois é neles que se depositam sonhos e projetos. Um filho não é apenas uma extensão ou continuidade biológica de seus pais, mas também psicológica por ter sido investido de cuidado, atenção e carinho. A morte é vivenciada como “perda de um pedaço” de si. Quando a vida de um filho é interrompida, os pais são violentamente atingidos. 

Quando se perde alguém que se ama, fica uma sensação de torpor, um protesto. Perde-se parte de si mesmo. Pode surgir culpa. Talvez se pudesse ter ajudado a pessoa que morreu. Mas não se sabe como. Sente-se solidão e um intenso sofrimento. Sofrimento indescritível, quando se trata de um filho. Foi muito esperado e acalentado. Havia sonhos e expectativas (FREITAS, 2000, p. 48). 

A morte de um filho traz aos pais sensação de falha na sua responsabilidade, pois é tido como um ser frágil e indefeso que necessita de cuidado e da proteção dos adultos, por isso a sua morte causa grande frustração e culpa. 

Na sociedade ocidental, a morte é encarada como um “corte” na vida e não como uma etapa dela. 
Diz-se com freqüência que “Quando seus pais morrem você perde seu passado; quando seus filhos morrem, você perde seu futuro”. 
Decorrente da perda vem o luto. Ele causa dor física e emocional, embora se possa reagir de modo semelhante a todas as perdas, o luto pela morte de um filho é, em geral, o mais intenso. Trata-se da interrupção, um corte em uma seqüência esperada, e por ser a morte uma perda sem retorno. 

O processo de luto é essencial para que se possa superar uma perda importante. A vivência de um momento como esse se constitui como uma crise na vida do sujeito. Cada um irá reagir e se expressar de acordo com suas próprias características. 
(inspirado no TCC de Priscila Jaroseski Giron e Roberta Juvenardi Daltoév) 

Referências http://www.grupocasulo.org/textos.htm

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