Circular de Cordão,deveria sim ter uma atenção maior,e não achar que isso é normal,poderia evitar inúmeras mortes,que não são consideradas como causa. Alice é perfeita,minha gestação mais que perfeita e uma circular de cordão no pescoço e no pezinho dela é a única causa constatada.


Não adianta tapar o sol com a peneira. Desfechos ruins existem. Mesmo em gestações saudáveis. Profissionais do parto: Vamos falar mais sobre eles?
UMA MULHER GRÁVIDA NA EXPECTATIVA DE UM BEBÊ SAUDÁVEL. MAS ELA NÃO SABIA SOBRE O NATIMORTO
Para contar essa história é preciso contar seu fim antes. Em primeiro de setembro de 2012, Makenna, a única filha de Heather Thompson e Geoff Duff de Alexandria, nasceu morta. Ela estava viva no ventre de sua mãe, em 30 de agosto, mas sem batimentos cardíacos no dia seguinte. Seu cordão umbilical tinha um nó e estava enrolado em seu pescoço, e, às 39 semanas, ela estava morta. Até os batimentos cardíacos de seu bebê não poderem ser mais ouvidos, Thompson diz que a gravidez tinha ido bem, sem intercorrências.
Claro que para Thompson, agora com 41 anos, e Duff, 34, toda a experiência da gravidez tinha sido fisicamente agitada. Thompson havia enfrentado – e pensou que tinha sido poupada dos riscos de ser mãe com idade mais avançada. Duff disse que esperou para ter um filho até que se sentiu emocionalmente e financeiramente pronto para as responsabilidades da paternidade. "Quando eu descobri que seria pai fiquei super feliz!” disse ele.
Thompson acreditava que teria um bebê saudável. "Eu era uma ávida leitora sobre gravidez e bebês, e eu fiz tudo geralmente se faz: dormi do meu lado esquerdo, evitei carne no almoço, não bebi ou fumei. Mas antes da minha filha ser uma natimorta, eu nunca tinha ouvido falar de tal coisa. Este assunto nao foi abordado durante minha educação sobre o parto. Com toda a minha leitura, eu nunca tinha ouvido falar disso " diz ela. "Eu não tinha idéia de que existia o risco do meu bebê morrer."
Natimortos podem parecer raros, mas, na verdade, ocorrem em cerca de 1 em cada 160 gestações nod Estados Unidos. Destes natimortos, de 10 a 20% ocorrem durante o trabalho de parto. [N.T. No Brasil, esse número sobe para 1 para cada 100 gestações].
Nos Estados Unidos (e no Brasil também), é considerado natimorto quando um bebê morre no útero depois de 20 semanas de gravidez. O aborto é uma morte fetal antes de 20 semanas e ocorre entre 15 a 20 % das mulheres que sabem que estão grávidas.
Ruth Fretts, obstetra em Boston e professora da Escola de Medicina de Harvard, diz que a maioria dos americanos ficaria surpreso ao saber que natimortos são 10 vezes mais comum que mortes por SMSI (Síndrome da morte súbita). Em 2009, Fretts ajudou a escrever um boletim de prática para o Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas (da sigla ACOG em inglês), que visa educar os médicos sobre o que se sabe sobre natimortos e seus fatores de risco. Ele oferece alguns (poucos) conselhos na prevenção, além de recomendar que as mulheres "otimizem sua saúde antes da gravidez." Ainda assim, Fretts diz, a mensagem "não chegou a audiência principal dos núcleos de obstetrícia. “Precisamos de mais alcance clínico para os prestadores de serviços na area médica. A morte fetal após 20 semanas, que resulta em natimorto, é bastante comum, mas os prestadores se sentem desconfortáveis em falar sobre isso."
Entre as muitas perguntas não respondidas sobre natimortos estão contagens precisas de quantas gestações terminam em morte fetal, em parte por causa de diferentes mecanismos de monitoramento. Alguns estados emitem uma certidão de nascimento e um atestado de óbito; alguns apenas o último. Os defensores da causa estão pressionando para estabelecer um registro que seguiria natimortos e para incluir informações padrão a serem recolhida pelos Estados.
Isso pode ajudar a explicar por que pacientes como Thompson não têm conhecimento do que pode dar errado. "As pessoas não apreciam o risco de morte fetal no final da gravidez, ou os fatores de risco associados - idade materna avançada, obesidade, ser Africano-americano", diz Fretts.
Médicos dos EUA podem oferecer às mulheres grávidas pequena ajuda na avaliação de seus riscos para a ajuda natimorto e, talvez até, impedindo que aconteça. "É uma de nossas questões em saúde mais sub-atendidas", diz o pediatra de Seattle Craig E. Rubens, diretor-executivo da Aliança Global para a prevenção de prematuridade e natimorto. "E, no entanto nacionalmente, temos 25 mil natimortos a cada ano. Apesar da tecnologia obstétrica moderna e triagem para infecções, ainda perdemos os bebês no útero. E o nosso conhecimento geral de por que isso acontece continua pobre. Nós realmente precisamos de mais ciência e investigação para entender o que leva ao natimorto. "
Porque Thompson era mais velha do que a maioria das gestantes, ela acompanhou a gestação com um obstetra e um obstetra de alto risco. No início da gravidez de Thompson, o especialista de alto-risco havia dado a ela o sinal verde para seguir a gestação, dizendo: "Você é uma mãe de risco habitual. Você não tem diabetes gestacional; seus pés não estão inchados."
Thompson chamou de uma gravidez perfeita. "Não havia queixas, preocupações ou riscos", diz ela. "E eu me senti bem, relativamente falando."
O médico e sua doula tinham recomendado a uma prática conhecida como "contagem de movimentos", [ou mobilograma] que ajuda as mulheres a se familiarizar com a atividade de seus filhos dentro do útero, e a notar mudanças dramáticas na mesma. Thompson seguiu este conselho. Bebês que se movem menos podem estar em maior risco de morte fetal, diz Thompson.
ACOG (Congresso Americano de Obstetrícia e Ginecologia) recomenda que as mulheres falem com seus médicos sobre a contagem de movimentos, e que as mulheres com alto risco começem a contar chutes com 28 semanas, 26 semanas se eles estão grávidas de múltiplos. Se um bebê se move menos do que 10 vezes em uma janela de duas horas, as mães são aconselhadas a "acordar o bebê" bebendo mais líquidos, empurrando suavemente o bebê ou fazendo uma rápida caminhada. Se nada disso aumenta os movimentos do bebê, um obstetra deve ser chamado.
"Contagem de movimentos é uma maneira de ajudar as mulheres a ser mais confiante em lidar com o seu cuidador", diz Rubens. "O problema é que os estudos sobre ele são inconsistentes, e alguns obstetras dizem que funciona, outros não."
Thompson, que trabalhou toda a sua gravidez, começou a sua licença maternidade, em agosto de 2012, pouco antes de sua DPP (data provável de parto). Ela tinha chegado às 38 semanas, e seus médicos pensavam que o nascimento viria em breve. Na quarta-feira, 29 de agosto, Thompson "pensou que era estranho que eu não senti-la em movimento."
Makenna mal atingiu a contagem mínima, movendo-se 10 vezes em duas horas. A parteira que fazia parte da equipe de Thompson mandou-a para o hospital para monitoramento da freqüência cardíaca fetal. [cardiotoco]
Esse teste indicou que a frequência cardíaca do bebê estava dentro da faixa normal, embora não fosse tão rápido como tinha sido no passado. O hospital enviou Thompson para casa.
Em um momento, Thompson se lembra, ela notou um intenso período de hiperatividade fetal, muito mais movimento do que o normal. No dia primeiro, na tarde seguinte, um outro teste no consultório do médico não revelou nenhuma pulsação. Em algum momento durante a noite, o bebê tinha morrido. Thompson foi admitida naquela noite, e Makenna nasceu depois de quase 24 horas de trabalho de parto em um parto vaginal.
"Ela tinha 41 centímetros de comprimento e pesava 3.2 kg ", diz Thompson. "Ela era linda, com bochechas rechonchudas e cabelos encaracolados."
Thompson tinha quase tudo que uma nova mãe tem - até mesmo a produção de leite - mas ela não tinha um bebê.
"O que eu tenho é a dor que eu carrego comigo até hoje", diz ela.
Thompson acredita que a último momento de hiper-atividade fetal era o bebê lutando para livrar o pescoço do cordão.
Os que defendem e promovem uma mais ampla compreensão e consciência de natimorto apelam por uma maior investigação para descobrir por que ele ocorre, diz Thompson.
Apesar de até um terço dos bebês nascerem com o cordão enrrolado em alguma parte do corpo, incluindo os casos em que o cordão está em volta do pescoço, e, apesar das ferramentas de diagnóstico poderem determinar se o fluxo de sangue do cordão umbilical foi comprometido, diz ela, esses monitoramentos não estão incluídas nas orientações de cuidados de rotina.
Thompson sugere que os pais advoguem por mais testes, incluindo ultra-som e medições de fluxo de sangue do cordão umbilical para monitorar a gravidez.
Alguns esforços federais estão em andamento. A Revisão Nacional da Mortalidade Fetal e Infantil, um esforço conjunto da ACOG e do Agência de Saúde Materno-Infantil, parte do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, está apoiando dezenas de programas que coletam dados sobre mortes fetais, incluindo entrevistas com os pais sobre as suas experiências. Thompson diz que ela foi uma das últimas entrevistas realizadas pelo programa na Virginia: O financiamneto do programa foi cortado em 2013.
"Nós não temos muita análise aprofundada", diz Fretts. "Nós não temos nenhuma avaliação dos natimortos, e por isso é difícil para aconselhar os pacientes sobre a possibilidade de uma recorrência, o que pode levar a uma mulher extremamente ansiosa em uma gravidez seguinte."
Em muitos casos, os pais e os médicos não querem uma autópsia, geralmente, para poupar a família do trauma adicional, embora possa oferecer respostas ou indicações sobre o que aconteceu. E, Fretts observa, alguns planos de saúde não cobrem as autópsias. Pais angustiados pagam, portanto, a conta.
Desde que a filha morreu, Thompson canalizou sua própria dor para a defesa para a conscientização e prevenção de natimortos, incluindo o trabalho com outras mães em luto através de um grupo de apoio, o Projeto Knitwell.
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"Precisamos de dados clínicos; então, os médicos teriam artigos de periódicos e pesquisa, não apenas histórias e causos", diz ela. "Uma série de coisas precisam acontecer para melhorar o resultado final: Bebês vivos indo para casa"
Duff se sente da mesma forma.
"Eu vou lidar com essa montanha-russa de sentimentos para o resto da minha vida. E é importante que as pessoas entendam o que passamos. Eu ainda tenho meus altos e baixos, eu ainda tenho dias que são tão ruins como o dia em que tudo aconteceu. Eu acordo aos prantos, e com muita raiva. Então eu espero que as pessoas possam simpatizar - mesmo que elas não tenham passado por isso para entender ".
Lynch Schuster é um escritor freelance que vive em Maryland.

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