Eclâmpsia
sinônimos: toxemia com convulsões
Eclâmpsia é uma condição rara, mas grave, que provoca convulsões
durante a gravidez. A eclâmpsia afeta cerca de uma em cada 2 mil a 3 mil
gestações, e pode afetar qualquer gestante, mesmo quem não tem um histórico de
convulsões.
A eclâmpsia é uma complicação grave da pré-eclâmpsia,
que ocorre quando a pressão arterial está elevada (acima de 140/90 mmHg) a
qualquer momento após a sua 20ª semana de gravidez, com desaparecimento até 12
semanas pós-parto. Além da pressão arterial elevada, outras complicações como
excesso de proteína na urina ou insuficiência hepática devem acontecer para se ter o
diagnóstico de pré-eclâmpsia.
Se a pré-eclâmpsia se agrava e afeta o cérebro, causando
convulsões ou coma, você desenvolveu eclâmpsia. A causa exata da pré-eclâmpsia
é desconhecida.
Acredita-se que a pré-eclâmpsia começa na placenta - o órgão
que nutre o feto durante a gravidez. No início da gestação, novos vasos
sanguíneos se desenvolvem e evoluem para enviar eficientemente o sangue para a
placenta. Em mulheres com pré-eclâmpsia, estes vasos sanguíneos não parecem
desenvolver-se adequadamente. Eles são mais estreitos do que os vasos sanguíneos
normais e reagem de forma diferente à sinalização hormonal, o que limita a
quantidade de sangue que pode fluir através delas.
As causas deste desenvolvimento anormal podem incluir:
Fluxo sanguíneo insuficiente para o útero
Danos aos vasos sanguíneos
Um problema com o sistema imunológico
Certos genes
Outros distúrbios de pressão arterial elevada durante a
gravidez.
Se você tem ou já teve pré-eclâmpsia grave, você pode estar
em risco de eclâmpsia. Outros fatores de risco incluem:
Histórico familiar de eclâmpsia
Primeira gravidez
Idade, sendo que o risco é maior após os 35 anos
Gravidez múltipla
Intervalo de 10 anos ou mais entre as gestações.
A presença de outras doenças também pode aumentar o risco de
eclâmpsia, como:
Obesidade
Hipertensão
Enxaqueca
Diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2
Doença renal
Tendência a desenvolver coágulos de sangue
Uma doença autoimune, como a artrite reumatóide,
escleroderma e lúpus.
Os sintomas comuns de eclâmpsia são:
Convulsões
Perda de consciência
Agitação
Dores de cabeça ou dores musculares.
O parto é a única forma de curar a eclâmpsia. Se você
desenvolver eclâmpsia, o médico pode antecipar o parto, dependendo de quão
longe você está em sua gravidez. Parto prematuro pode ocorrer entre 32 e 36
semanas de gravidez, se surgirem sintomas de risco de vida ou se a medicação
não funcionar.
Medicamentos
Medicamentos para prevenir convulsões (anticonvulsivantes)
podem ser usados. Se você tem pressão arterial elevada, a medicação para
abaixá-la também pode ser administrada.
Mudanças de
estilo de vida
Toda gestante hipertensa ou com
alto risco de hipertensão deve inicialmente fazer mudanças em seu estilo de
vida, como ingerir pouco sódio, manter o peso, dormir adequadamente e fazer
caminhada regularmente. Se, mesmo com a adoção desses hábitos, a pressão
persistir alta, deve-se fazer uso de medicamentos.O repouso absoluto pode ser
recomendado, com a gestante deitada sobre o lado esquerdo do corpo tempo todo
ou a maior parte do tempo.
Hospitalização
Eclâmpsia
na maioria dos casos exige hospitalização. No hospital, seu bebê será
monitorado, o volume de líquido amniótico e o estudo Doppler dos vasos maternos
e fetais medido frequentemente. A falta de líquido amniótico e alteração do
estudo Doppler é um sinal de que o fornecimento de sangue para o bebê está deficiente.
Parto
Se o
diagnóstico da pré-eclâmpsia ocorre perto do fim da sua gravidez, pode ser
recomendada uma indução do trabalho de parto. As condições do colo uterino - se
está começando a abrir (dilatar), afinar e suavizar (amadurecer) - também podem
ser um fator para determinar se ou quando o trabalho será induzido.
Em casos
graves, pode não ser possível considerar a idade gestacional do seu bebê ou as
condições do seu colo do útero. Se não for possível esperar, o médico pode
induzir o parto ou agendar uma cesárea. Durante o parto, você pode receber
sulfato de magnésio por via intravenosa para prevenir novas convulsões.
Após o parto
Após o
parto, deve-se esperar a pressão arterial voltar ao normal dentro de 12
semanas, mas geralmente isso ocorre muito mais cedo. Se a paciente precisar de
medicação para aliviar a dor após o parto, confira com o médico o que pode ser
ou não ingerido. A eclâmpsia pode exigir que você fique mais tempo no hospital
depois de dar à luz. A doença geralmente não aumenta o risco de pressão alta no
futuro.