Enterocolite Necrosante
O que é?
A enterocolite necrosante ou necrotizante, ECN ou também chamada de NEC, é a emergência gastrointestinal mais frequente e perigosa do período neonatal, acometendo de 0,1 a 0,7% dos nascidos vivos e cerca de 7% dos bebês internados em UTI Neonatal. Além disso, ocorre em cerca de 5 – 8% dos bebês nascidos com muito baixo peso (abaixo de 1,5kg).
A enterocolite é uma doença pela qual a superfície interna do intestino sofre lesões e se inflama. No caso de ser grave, uma porção do intestino pode morrer (necrosar), ocasionando perfuração intestinal e inflamação do peritônio (camada que reveste a cavidade abdominal).
A doença afeta principalmente os recém-nascidos prematuros. Ainda não se identificaram completamente suas causas. Mas sabe-se que entre elas está a inadequada irrigação de sangue para o intestino que pode lesar parte do mesmo. As bactérias podem invadir a parede intestinal danificada e produzir gás dentro da mesma. Se a parede intestinal se perfurar, os conteúdos intestinais podem invadir a cavidade abdominal e produzir uma infecção (peritonite). Esta pode se estender à corrente sanguíne causando sepse (infecção generalizada) e até causar a morte.
Sintomas e Diagnóstico
Os lactentes que sofrem de enterocolite necrosante não toleram a alimentação e apresentam abdômen distendido. Podem vomitar conteúdo intestinal tingido de bíle (cor esverdeada) e pode ocorrer sangue fezes. A sepse pode causar letargia e uma temperatura corporal anormalmente baixa (hipotermia). O sangue pode tornar-se ácido e a criança pode apresentar episódios de apneia. As radiografias abdominais podem mostrar o gás produzido pelas bactérias dentro da parede intestinal, o que pode confirmar o diagnóstico de enterocolite necrosante.
Tratamento e Prognóstico
Estudos mostram que o leite materno pode proteger as crianças prematuras da ECN. Nos prematuros muito pequenos ou doentes é possível reduzir o risco atrasando a alimentação oral durante vários dias e depois aumentando progressivamente a quantidade de mamadas. A dieta enteral mínima ou trófica, que é a infusão de quantidades pequenas, poucos mililitros de leite – de preferência leite materno – de forma precoce, pode ajudar a reduzir o risco de ECN. No caso de suspeita de uma enterocolite necrosante, suspende-se a dieta enteral (oral ou por sonda) de imediato. A pressão do intestino alivia-se, eliminando o gás e o líquido por meio de um tubo de sucção colocado no estômago. Administra-se nutrição intravenosa e começa-se um tratamento com antibióticos imediatamente.
Se o intestino se perfurar ou a cavidade abdominal se infectar, é necessário intervenção cirúrgica, que será também necessária se o estado do bebê piorar progressivamente. No entanto, aproximadamente 70 % das crianças com ECN não requerem cirurgia. Durante o procedimento extraem-se as porções do intestino perfuradas ou necrosadas. As extremidades cortadas do intestino podem ser ligadas na superfície da pele onde ficam abertas (chamada ostomia). Às vezes, quando as extremidades do intestino estão sadias, podem voltar a ser unidas de imediato. Caso contrário, esta ligação é feita após várias semanas ou meses, depois da recuperação total do tecido intestinal.
O tratamento médico intensivo e a cirurgia apropriada melhoraram o prognóstico para os bebês com enterocolite necrosante. Hoje em dia, mais de dois terços deles sobrevivem.
Em raras ocasiões, nos bebês tratados sem cirurgia, parte do intestino grosso estreita-se durante as semanas ou meses seguintes, obstruindo-o parcialmente. Para alargar a área cicratizada e estreitada é necessário recorrer à cirurgia.
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Fontes pesquisadas: Cincinnatichildrens.org e ManualMerck.net